domingo, 13 de julho de 2008

Adequação Profissional

Adequação profissional
Crescimento do poder de compra da classe C desafia as empresas e coloca em xeque a versatilidade dos trabalhadores que atuam junto aos consumidores.

Vanessa Jacinto



Interpretar as necessidades dos consumidores e criar para eles um leque atraente de produtos e serviços é um desafio para empresas de todos os segmentos. E se o objetivo delas é entrar na disputa pela crescente fatia da população inserida na classe C, os desafios, como acreditam os especialistas, são ainda maiores. “Trata-se de um público cujos comportamentos e desejos ainda não são bem compreendidos pelo mercado. Como hoje eles representam a maior parcela dos consumidores, quem continuar ignorando suas peculiaridades pode estar fadado ao fracasso”, considera a professora Rosilaine Carvalhaes, consultora de marketing e atendimento. Segundo ela, o aumento do poder de compra da classe C vai exigir das empresas uma revisão completa de seu leque de ofertas, o que pode resultar na criação de novos produtos, reposicionamento de linhas, adequação da política de preços e a adoção de novas estratégias de propaganda, distribuição e vendas. Mas não é só. Os profissionais que, de alguma forma, se relacionam com esse público, uma das peças mais importantes nessa engrenagem, terão que desenvolver sua versatilidade e poder de empatia. Especialmente aqueles que estão na linha de frente, no setor de vendas, por exemplo, no marketing, e na própria criação de produtos e serviços. “É preciso estar antenado às necessidades desse público, saber aguçar seu desejo e, como resultado, trazer para o mercado o que o consumidor classe C realmente quer”, ensina Schendla Ávila Amaral (foto), analista de produtos da Seculus. Como trabalha na criação de relógios, entender de moda e de tendências é requisito básico para o desempenho da sua função. Muitas vezes, é necessário adaptar produtos, fazendo releitura de grandes marcas voltadas para as classes A e B, para que eles passem a caber no bolso da classe C. “Fizemos isso com uma linha de relógios, sem nos esquecer de que esse público está cada vez mais exigente. A idéia foi apostar num design sofisticado, mas com material que permitisse um preço mais em conta. Sem comprometer a qualidade, claro.” Os varejistas têm um papel importante em todas essas transformações mercadológicas, já que estão em contato direto com o consumidor final. São eles que controlam o sortimento de produtos e a forma como o consumidor terá acesso a eles. “Para conquistar o consumidor da classe C, é necessário criar um equilíbrio entre preço e conveniência, com formatos adequados ao estilo de compra”, orienta Rosilaine.
Fonte: Jonal "Estado de Minas"

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